sexta-feira, 26 de março de 2010

A PREVENÇÃO É UMA FORMA DE EVITAR CRIMES BARBAROS - ESTAMOS MINISTRANDO PALESTRAS ENTRE EM CONTATO COM A BASE DE POLÍCIA COMUNITÁRIA DO CRISTO REI


No interrogatório, Edson Delfino reafirmou sequência da ação criminosa, acrescentou detalhes e caracterizou a si próprio como um monstro

O assassino Edson Alves Delfino depôs no Tribunal do Júri de forma a confirmar todo o relato que as testemunhas anteriores haviam dado sobre seu crime, que ceifou a vida do estudante Kaytto Guilherme Pinto, aos 10 anos. O próprio réu lembrou que, desde quando foi preso, em nenhum momento mentiu ou omitiu os fatos e se mostrou disposto a reconstituir toda a história, inclusive acrescentando detalhes na medida em que era interrogado.

O depoimento foi marcado por uma ambientação que só reforçou a tensão em torno da figura de “monstro” que o próprio Delfino atribui a si mesmo. Ele chegou vestindo uma roupa emprestada de um colega do presídio: jeans azul, chinelos e uma camiseta branca. Quando entrou no Tribunal para ser interrogado, o temporal sobre a cidade começava a se agravar e chegava-se a escutar trovoadas. Delfino mal tinha começado a falar quando a chuva engrossou e seu barulho sobre o teto do Fórum motivou a juíza Mônica Catarina Perri a suspender a sessão até que cessasse. Foram 20 minutos de intervalo. Depois, durante a fala, ele se mostrou incomodado pelos fotógrafos e, perguntado sobre detalhes do crime, várias vezes respondeu “não sei explicar”.

Delfino contou que, até as 11h do dia do crime, estava trabalhando como servente de pedreiro numa casa no bairro Verdão. Durante a semana em que esteve neste serviço, conta que, ao fim do expediente de manhã, sempre ia de moto para a casa da irmã no bairro Ouro Fino, região do CPA. Para escapar de blitz, era seu costume passar pelo Residencial Paiaguás e, somente então, chegar a seu destino. Antes disso, entretanto, Delfino passou no bairro Santa Isabel, onde diz ter bebido cerveja e pinga (ele era usuário de quatro tipos de remédios controlados, incluindo gardenal e diazepan).

Naquela segunda-feira, entretanto, pela primeira vez Delfino conta ter avistado Kaytto sozinho no ponto de ônibus. Logo que o viu, foi perguntá-lo para onde iria e o garoto respondeu que tomaria o ônibus para chegar ao escritório de seu pai, que só então, como o costume, deixaria Kaytto na escola. Na conversa, Delfino ganhou a confiança de Kaytto mencionando o nome de seu pai e de um outro parente do garoto. Disse que também se dirigia ao escritório de Jorgemar e que daria uma carona – antes, só teria de passar na casa da irmã para buscar outro capacete. Kaytto prontamente aceitou.

CRIME – Delfino, entretanto, rumou logo para um matagal a pouco mais de um quilômetro do ponto e adentrou com a moto no local – ermo, segundo seu próprio vocabulário de quem só estudou até a quinta série. Só depois de descerem do veículo Kaytto questionou Delfino sobre o que eles faziam ali. O assassino, então aplicou uma “gravata” para imobilizar o menino e ordenou que tirasse toda a roupa, sob ameaça. Delfino confessou inclusive a forma com a qual violentou o garoto no chão, mas disse que não ejaculou.

O assassino revelou no Tribunal que, enquanto era violentado, Kaytto não chorava, só dizia que contaria tudo para o pai e continuou afirmando que o denunciaria após o ato, quando já vestia sua roupa. Delfino conta que foi esta ameaça de denúncia que o levou a tentar matar o garoto. Aplicou-lhe, então outra gravata, desta vez para asfixiar Kaytto, que caiu desmaiado. Entretanto, ainda estava vivo, o que Delfino conferiu dando-lhe um pequeno empurrão com o pé. Para dar cabo da vida do estudante, Delfino pegou um pedaço de madeira e tirou-lhe a cueca para fazer um torniquete em seu pescoço, cortando de vez a respiração do garoto. Constatando a morte, o assassino simplesmente – e sem motivo, segundo ele mesmo – colocou a mochila do estudante sobre o corpo no chão, subiu na moto e fugiu. Foi encontrado e preso pela polícia quatro dias depois, tentando ir de ônibus até Campo Grande, onde mora seu pai.



Fonte. Jornal Diário de Cuiaba

RENÊ DIÓZ
Da Reportagem

Contato: 65-3901-9156 ou 65- 3901-8291
WebDesigner: Danillo Moraes

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por visitar nosso blog